quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Formação de Patrimônio, Educação Financeira e ser investidor no Brasil

    Quando começamos a investir, somos tomados pelas mais diversas dúvidas, e acredito que como no Brasil ainda não há cultura alguma em relação a investimentos, menos ainda em relação a bolsa, todo investidor se torna um desbravador, atrás de informação de qualidade (sim há muita porcaria). Pelo menos comigo, não conheço um amigo sequer que invista em ações, e olha que tenho vários amigos de todos as classes sociais, profissões e etc. Antigamente poderíamos argumentar que as gerações antigas viviam naquela mega inflação, então basicamente ou se comprava produtos que no outro dia já estariam muito mais caros, ou se investia em renda fixa com taxas imensas, não era necessário pensar em outras alternativas como renda variável por exemplo, até porque a bolsa naquela época era um mercado basicamente incipiente, e sujeito a grandes turbulências e palhaçadas econômicas dos nossos políticos (ainda estamos sujeitos, mas hoje em dia um pouco menos).
    A nossa geração (sou de 1985), são os primeiros filhotes da estabilidade econômica, o que nos permite pensar em formação de patrimônio muito mais tranquilamente do que no passado. E como todo país que se preste um dia deveremos ter uma taxa de juros alinhada ao restante do mundo, e não o absurdo que temos hoje. Portanto não há como escapar, hoje e cada vez mais, quem quiser remunerar seu capital, terá que pensar em outras alternativas que não somente renda fixa, e digo mais, não terá como fugir da bolsa de valores.
    Apesar de ser jovem, e ter relativamente pouco tempo de formação de patrimônio e bolsa (comecei a investir em novembro de 2008), já vivenciei várias situações em que aprendi muito e acho que poderiam acrescentar alguma coisa aos investidores que estão começando agora, e vivem carentes de outros investidores para trocarem experiências. Basicamente tudo começa pela questão porque investimos ? A resposta é, desde que existimos necessitamos de dinheiro, no início o do nossos pais, e depois o nosso, então os primeiros passos são, estudar muito e se tornar bom em algo que você gosta, isso pode parecer simples mas não é, as pessoas mudam muito com o tempo, e muitas vezes acabam fazendo uma faculdade, um curso técnico, e nesse meio tempo percebendo que não era aquilo que gostariam de fazer, mas o importante é nunca parar, se não era aquilo que fazia você feliz, bola pra frente vamos atrás do que gostamos, e só assim seremos bons no que fazemos.
    Sendo bom no que você faz, naturalmente você tende a ser bem remunerado, a partir deste momento você passar a ser um sujeito superávitario, ou seja ganha mais dinheiro do que gasta, e aqui que deve começar a formação do seu patrimônio, claro você poderia começar a investir desde criança, mas é muito difícil uma criança que já pense nisso, claro o Warren Buffet fazia negócios lucrativos, com excelentes margens já no fraldário, mas ele é um caso a parte.
    Os conselhos seriam inicialmente não há como você pensar em investimentos sem ter uma cabeça de superavitário, ou seja, deixar de ser um consumista, comprador de passivos (coisas que só te tiram dinheiro) e passar a ser um comprador de ativos (geram dinheiro), e isso não é uma coisa fácil, somos instigados a consumir o tempo inteiro, é um questão de prioridades, ou você gasta agora ou investe e deixa para gastar lá na frente um bolo muito maior, portanto nesta etapa na minha opinião não há como fugir de livros de auto ajuda sobre finanças, leitura de sites sobre educação financeira e etc. Porque basicamente esta etapa será o seu pilar para as demais que virão a seguir, não adianta atropelar etapas, antes de começar a investir você deverá ter a cabeça de um formador de patrimônio, tem que sair da corrida dos ratos, obter educação financeira.
    Em um segundo momento já com o primeiro pilar consolidado, você já pode começar a ler, pesquisar sobre as diversas formas de investimento, é aqui que começamos a tomar gosto por investir e ver o seu dinheiro aumentando (sweet juros compostos), eu indicaria começar pela poupança, até você se sinta confortável a investir em outras aplicações mais rentáveis. Nesta etapa é importante também criarmos uma base de recursos em investimentos de pouco risco, para nos socorrer em situações inesperadas, o famoso colchão de segurança, claro o tamanho dele varia de pessoa para pessoa, e suas necessidades.
   Dependendo do perfil de cada um, e sua tolerância ao risco, padrão de vida (caro ou barato), obrigações financeiras (filhos, ter que ajudar a família, namorada sanguesuga) você poderá começar a se expor a negócios de maior rentabilidade, e certamente maior risco. Neste momento, você poderá optar por teu seu próprio negócio ou ser sócio de outros negócios, que seria investir através de ações, naturalmente dependendo de quanto você economiza, e por quanto tempo da para ficar rico até guardando embaixo do colchão, mas isso é para poucos, portanto para os meros mortais que não são juízes, políticos, e nem jogadores de futebol, é importante botar o dinheiro para trabalhar da forma mais eficiente possível, e os principais obstáculos nessa empreitada, o que já é assunto para o próximo post ... Abraço e $$$ !!!
       
Don Vito Corleone






    

9 comentários:

  1. Também acho que muita gente vai ter que aprender na marra a investir em renda variável. "A massa populacional de investidores" ainda está acostumada com a suculenta taxa básica de juros, mas o cenário está mudando. O problema é que a internet está repleta de gurus, picaretas (oops, consultores) financeiros e analistas com bolas de cristal. É por isso que gosto de ler blogs de investidores independentes, mas o aprendizado base tem que começar pelos livros dos verdadeiros mestres dos investimentos.

    Abcs,

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    1. Esses sites são cheios de picaretagens mesmo, por isso o melhor caminho para aprender é ler as experiências de investidores independentes, perguntar, questionar, debater, com INVESTIDORES, se possível investidores bem sucedidos.

      Análista não dá, eles só querem sugar. =P

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  2. Exatamente, sobre alguns livros dos mestre eu vou abordar em um próximo artigo :) ! Abraços

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  3. Ótimo post,parabéns.
    Eu mesmo não conheço pessoalmente ninguém que invista em ações,mas me orgulho muito de ter influenciado alguém que pensa em começar!\o/

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  4. Olá Padrinho,

    Mantenha os amigos por perto; E os inimigos mais perto ainda (rsss).
    Frase célebre do poderoso. Você está bem a vista no meu blog roll, como amigo, é claro...(rsss)

    Gostei muito do seu blog e da sua maneira de investir.

    Vamos rumos à liberdade financeira.

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    1. Hehe muito bom, realmente é bom ter os inimigos por perto também. Mas os amigos melhor ainda, absorvi do teu blog a idéia de calcular o fluxo de dividendos ao mês. Continuo acompanhando tuas postagens, quero ver em que papéis tu vai investir para diluir tua partiçipação em elétricas. Show de bola e bora alimentar os juros compostos !

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  5. Acho que comparar um juiz (cujo salário líquido é de 15 mil) com um jogador de futebol, que ganha 1 milhão só pra aparecer no carnaval, é uma comparação um tanto infeliz...

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  6. Oi Fernanda em termos de valores pode ser, mas a idéia era mencionar algumas profissões que ganhavam bem, e acima da média das demais profissões. E 15 mil reais (no sul juiz começa ganhando 17 mil, com as futuras promoções vai até 24 mil mais ou menos) não está nem perto de ser pouco dinheiro, além das regalias do cargo (férias de 60 dias e etc) portanto no contexto do post na minha humilde opinião a idéia continua coerente, não vejo como infeliz, e outra que o fato de eu mencionar que recebem acima da média, não estou dizendo que não seja merecido, muito pelo contrário.De qualquer forma adoro críticas, obrigado por opinar ;) !

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